Data:24/04/2020 - Professora: Gilda Mendes - Disciplina: História - Conteúdo: Guerras de Canudos, Contestado, Revoltas da Vacina e Chibata
Bom dia! Alunos iniciamos nossos estudos sobre a instauração da República no Brasil, várias mudanças, social, política e econômica. Na sociedade sugiram várias revoltas nesta época por vários motivos que nós iremos estudas a partir de agora. Nesta aula aprenderemos sobre as Revoltas sobre Canudos, Contestado, Vacina.
GUERRA DE CONTESTADO
A Guerra do Contestado começou em 22 de outubro de 1912 e teve fim há 100 anos, em agosto de 1916. O conflito foi uma disputa pela região conhecida como “Contestado”, localizada entre Paraná e Santa Catarina. A Guerra aconteceu entre os camponeses e o poder do Estado. A área era rica em madeira e erva-mate.
As principais características foram o messianismo, a concentração de terras e a exploração da região por empresas estrangeiras. Por isso, o movimento foi semelhante à Revolta de Canudos.
Os camponeses haviam sido contratados para a construção de uma Estrada de Ferro, mas, com o término da obra, foram demitidos e expulsos da região do Contestado. Uma empresa estrangeira construiu uma madeireira, e os camponeses perderam a exploração de madeira como fonte de renda. Eles seguiram o messias José Maria – um líder religioso da Revolta – à procura de salvação.
Causas da Guerra do Contestado
- Construção de Estrada de Ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul
- Interesses do capital estrangeiro acima dos interesses da população
- Posse de terras não regularizada
- Desemprego dos camponeses e perda de terras
Consequências da Guerra do Contestado
- Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina
A Revolta do Contestado contribuiu para a formação do território do sul do Brasil, assim como os movimentos da Revolução Farroupilha, Revolução Federalista e República Juliana.
GUERRA DE CANUDOS
Povoação de Canudos, Bahia, Brasil.
A Guerra de Canudos (1896-1897), também conhecida como a revolução/insurreição de Canudos foi um conflito ocorrido entre um movimento popular e o exército da República brasileira na comunidade de Canudos. Em 2016, ela completa 120 anos e você confere aqui no blog o resumo completo sobre o confronto, já que pode ser um tema importante para os vestibulares.
O contexto do Brasil na Guerra de Canudos
Naquela época, o Brasil era governado pelo seu primeiro presidente civil, Prudente de Morais (1896-1898) e vivia um contexto complicado:
- A Europa passava por uma crise econômica bastante intensa, resultando em uma queda também significativa das exportações brasileiras de café.
- Os efeitos da crise do encilhamento (crise financeira que aconteceu em 1890 devido à política econômica com objetivo de estimular a industrialização no governo provisório de Marechal Deodoro da Fonseca) ainda repercutiam através de inflação alta, desvalorização monetárias e desemprego.
- O declínio do florialismo também marcou a época, culminando quando Floriano Peixoto deixou o governo. Isso significou um declínio também da imagem do exército, com uma redução do prestígio político dos militares.
Esses fatores resultam em um aumento generalizado da miséria no país e da opressão e exploração. Canudos é um resultado direto desse cenário.
O Movimento Social de Canudos
Uma das principais causas para a formação do movimento de canudos, além do contexto de fome, miséria e seca no interior da Bahia, é o coronelismo.
Coronelismo é como ficou conhecido o conjunto de práticas autoritárias (como o voto de cabresto, fraude eleitoral, entre outros) da elite oligárquica dos coronéis do café na época da República Velha.
A figura de Antônio Conselheiro
A falta de liberdade da comunidade devido às práticas autoritárias, em conjunto com uma profunda religiosidade (o catolicismo também crescia, usando o discurso religioso para minimizar os efeitos da miséria), cria o contexto para a ascensão de Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Beato Conselheiro ou Antônio Conselheiro.
Antônio Conselheiro (1830-1897), nasceu em Quixeramobim (CE). Pequeno comerciante, caixeiro viajante, amansador de cavalos e beato, organizou mutirões levantando capelas, e seus seguidores se rebelavam contra a cobrança de impostos. Em 1893 fixaram–se em Canudos, às margens do rio Vaza Barris, fundando o Arraial do Belo Monte, na Capela de Santo Antônio.
O movimento de Canudos também é conhecido como um movimento messiânico. Como líder religioso, as palavras de Beato Conselheiro pregavam os valores da Bíblia como o caminho para a superação da miséria e o desenvolvimento da comunidade.
A repressão militar ao movimento
A repressão ao movimento social de Canudos têm três principais frentes:
- Os fazendeiros (coronéis) da região sofriam com uma grande perda de mão de obra (devido à população crescente que se mudava para Canudos);
- A igreja católica também não aprovava a liderança de Antônio Conselheiro, pois acreditavam que havia distorções graves/heresias daquilo que ele estava pregando. Por consequência, a Igreja estava perdendo fiéis que se juntavam a Beato Conselheiro.
- O governo se encontrava sem controle sobre a comunidade. Os sertanejos de Canudos não eram submetidos às normas da República e às suas instituições.
Nesse contexto, o estado da Bahia realizou duas expedições fracassadas, com uso de força, na comunidade de Canudos.Como pano de fundo, a imprensa ajuda a justificar as expedições militares através da desmoralização do movimento de Canudos, demonizando os sertanejos e espalhando rumores que eram monarquistas.
Com a derrota das expedições estaduais, Canudos torna-se um problema federal. Houve duas novas expedições realizadas pelo exército nacional, resultando em um massacre do movimento na última.
Guerra de Canudos em um parágrafo
A Guerra dos Canudos é consequência direta de um longo processo de marginalização, violência e exclusão social da comunidade de Canudos. O movimento messiânico, causado pela miséria da população rural, a profunda religiosidade e a opressão de coronéis foram contra os interesses da elite da época, ou seja, contra os coronéis e sua perda de mão de obra; a Igreja com o crescimento do movimento considerado herético; o governo com a perda de controle e o pano de fundo pintado pela imprensa chamando o movimento de monarquista. Isso resultou em duas expedições fracassadas do estado baiano e mais duas expedições realizadas pelo exército nacional, culminando no massacre do arraial de Canudos.
REVOLTA DA VACINA
A Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em novembro de 1904.
Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo.
Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente.
Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública.
Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento das ruas e avenidas e o combate às doenças.
A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos.
A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas.
Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada.
Era necessário combater o mosquito e o rato, transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito central da campanha era precisamente acabar com os focos das doenças e o lixo acumulado pela cidade.
Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de conseguirem uma renda extra.
Devido às fraudes, o governo suspendeu a recompensa pela apreensão dos ratos.
Contudo, a campanha de saneamento realizava-se com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e vasculhadas. Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene.
Numa sociedade onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi visto como "imoral".
Assim, a insatisfação da população contra o governo foi generalizada, desencadeando "A Revolta da Vacina".
Vacinação Obrigatória
O médico Oswaldo Cruz (1872-1917), contratado para combater as doenças, impôs vacinação obrigatória contra a varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de idade.Políticos, militares de oposição e a população da cidade se opuseram à vacina. A imprensa não perdoava Oswaldo Cruz dedicando-lhe charges cruéis ironizando a eficácia do remédio.
Agitadores incitavam a massa urbana a enfrentar os funcionários da Saúde Pública que, protegidos pelos policiais, invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força.
Os mais radicais pregavam a resistência à bala, alegando que o cidadão tinha o direito de preservar o próprio corpo e não aceitar aquele líquido desconhecido.
O descontentamento se generalizou, somando aos problemas de moradia e ao elevado custo de vida, resultando na Revolta da Vacina Obrigatória.
Entre 10 e 16 de novembro de 1904, as camadas populares do Rio de Janeiro saíram às ruas para enfrentar os agentes da Saúde Pública e a polícia.
O centro do Rio de Janeiro foi transformado numa praça de guerra com bondes derrubados, edifícios depredados e muita confusão na Avenida Central (atual Avenida Rio Branco).
A revolta popular teve o apoio de militares que tentaram usar a massa insatisfeita para derrubar, sem sucesso, o presidente Rodrigues Alves.
O movimento rebelde foi dominado pelo governo, que prendeu e enviou algumas pessoas para o Acre. Em seguida, a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando facultativo o seu uso.
ATIVIDADES
4- Alguns historiadores vêem muitas características semelhantes entre a Guerra de Canudos (1893-1897) e a Guerra do Contestado (1911-1916).
Considerando essa tese, assinale a afirmativa FALSA:
a) Foram insurreições encabeçadas por um líder messiânico.
b) Antônio Conselheiro e o “monge” José Maria eram adeptos fanáticos do Sebastianismo.
c) Eclodiram em regiões pobres e abandonadas do Nordeste.
d) Os revoltosos resistiram a várias tentativas do poder público em derrotá-los militarmente.
e) Tiveram um desfecho trágico e sangrento para o lado dos insurretos.
5- No governo Rodrigues Alves (1902-1906), ocorreu a revolta da vacina, que estava contextualizada:
a) na modernização e no saneamento do Rio de Janeiro.
b) na modernização e no saneamento do Brasil como um todo.
c) no combate às doenças epidêmicas promovido pela ONU.
d) na recepção aos imigrantes.
e) na oposição entre os setores rural e urbano.
6-Explique o que foi a Revolta de Contestado?
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7-Explique a revolta de Canudos.
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8-Por que houve a Revolta da Vacina?
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9-Porque a sociedade se negava a tomar a vacina?
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10-Porque o Governo Republicano quis destruir tanto Contestado quanto Canudos?
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Terminando de observar os vídeos e ler os textos copiem as atividades e enviem para o me privado.
7-Explique a revolta de Canudos.
8-Por que houve a Revolta da Vacina?
9-Porque a sociedade se negava a tomar a vacina?
10-Porque o Governo Republicano quis destruir tanto Contestado quanto Canudos?
Terminando de observar os vídeos e ler os textos copiem as atividades e enviem para o me privado.
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